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Tipografia (Parte 1)



"A história da tipografia reflete uma tensão contínua entre a mão e a máquina, o orgânico e o geométrico, o corpo humano e o sistema abstrato.” (LUPTON, 2018, p. 9).

Assim como dissemos no texto sobre Design Editorial, os tipos móveis ficaram conhecidos através de Johannes Gutenberg, no intuito de otimizar a escrita de livros, que até então eram feitos manualmente por escribas que demoravam muito tempo para finalizar um livro.


O processo confecção tipos móveis é feito através das fases:

  1. Gravar punções: Punção é um bastão de metal usado para gravar. A forma da letra é gravada em sua ponta, com uma forma positiva chamada patriz;

  2. Fazer as matrizes: Os patrizes feitos de aço, assim são batidos e uma forma retangular de chumbo, dando as formas negativas dos símbolos, as matrizes;

  3. Fundição: As matrizes são inseridas em um aparelho que formam os moldes, dadas as réplicas em alto relevo que permite a fundição de caracteres;

  4. Caixa tipográfica: Os tipos eram organizados em ordem dentro de uma caixa de madeira, sendo as maiúsculas acima (caixa alta) e as minúsculas abaixo (caixa baixa), como eram as mais utilizadas ficavam abaixo (figura 2);

  5. Prensa: Assim que organizados os tipos móveis compondo o texto, era passado um rolo de tinta nos tipos em seguida eram prensados no papel, como um carimbo (figura 3).


As fontes na Era Digital

Com o passar dos tempos e o avanço das técnicas e tecnologias, o ramo da tipografia evoluiu. No início da era digital, se possibilitou executar diagramações, escritas em menos tempo, impressões em massa e principalmente na criação de tipos, com o aumento das possibilidades no desenvolvimento de fontes características e personalizáveis conforme a necessidade.


As fontes digitais são feitas em programas, como o Glyphs app, atualmente exclusivo para o sistema operacional Mac. Para Windows e Linux há opções como FontForge e o FontLab.

Cada aplicativo tem suas particularidades, porém, a base é a criação de fontes para que possamos utilizar como texto através do teclado. As formas que são criadas por esses programas são chamadas de glifos, que são os signos que representam os caracteres (ex.: para criar o Á, “A” com acento, é necessário a criação de dois glifos: o “A” e o “´”). Os glifos são criados através das curvas de Bézier e pontos de ancoragem, que é o mesmo mecanismo de utilizar a ferramenta “caneta” nos programas vetoriais (figura 1).


Para que possamos utilizar através do teclado, os programas geram arquivos em formatos:

  • TrueType: desenvolvida pela Apple, atualmente é comum ver em fontes gratuitas ou leves por possuir limitações. Sua extensão de arquivo é “.ttf”;

  • Open Type: desenvolvida pela Adobe e Microsoft, é a mais comum principalmente por ter mais vantagens e possibilidades de criação. Sua extensão é “.otf”;

  • Postscript: desenvolvida pela Adobe, comumente utilizada na leitura de impressoras com qualidade maior, com menos chances de ocorrer borrões ou sumiço de traços finos dos caracteres. Suas extensões são “.afm”, “.pfb”, “.pfm” e “.inf”;

  • Bitmap: comuns para máquinas de impressão que só recebem essa extensão, não é recomendável utilizá-las no cotidiano devido não serem escalonáveis, ou seja, ao aumentar seu tamanho os pixels são visíveis e perdem qualidade.


Dicas e cuidados

Criar fontes exige estudo e prática, como diversas práticas no Design. É importante analisar com cuidado fontes gratuitas antes de defini-las, para nós brasileiros em especial se possuem caracteres básicos como acentos e o “ç”.

Para criar um logotipo é possível utilizar uma fonte, vetorizar e editá-la como bem entender. Entretanto, utilizar uma fonte já criada, editá-la através de um programa editor de fonte e fechar o arquivo com outro nome, é plágio! Caso queira criar sua fonte, estude, utilize referências e crie do zero.



Termos básicos atuais


Tipos: São as letras, números, símbolos, acentos e espaços, tanto digital, quanto físico (móvel) e quanto na escrita manual. Tipografia é o ato de gravar um tipo, também o ato de analisar ou estudar um tipo. Logotipo, é um logo composto por letras - falaremos sobre isso em outro texto ;)


Fontes: Conjunto de caracteres. Em tipos móveis, cada tamanho de corpo (medido em pontos) era considerado como uma fonte diferente, mesmo que se tratasse de um conjunto de caracteres com faces no mesmo estilo. Isto porque era necessário, para produzir cada um destes conjuntos, cortar punções e fundir matrizes diferentes. Na tipografia digital, uma fonte é um ficheiro contendo o desenho e as propriedades métricas de um grupo de caracteres. Uma fonte é desenhada por um designer ou uma empresa especializada em tipografia (type foundry), onde seus estilos, kerning, tracking e ligaduras são planejados e definidos na criação.


Lettering: São escritas manuais que possuem formas orgânicas e sem regras pré estabelecidas (figura 2). É muito utilizada para expressar algo através das formas das letras, podendo contar com elementos como símbolos, para valorizar sua mensagem.


Caligrafia: Também é escrita à mão, porém, diferente do lettering é composta por regras: as letras possuem formas e tamanhos padrões (figura 3).

Por enquanto é isso! A Parte 2 estará disponível em breve. Fique de olho! :)



REFERÊNCIAS

ARTY, David. Tipografia: guia sobre tipos – escolhendo a fonte certa. Chief of Design, 2018

Disponível em: https://www.chiefofdesign.com.br/tipografia-02/#subTitulo02. Acesso em: 21 jan. 2021.


BRINGHURST, Robert. Elementos do estilo tipográfico (versão 4.0). São Paulo: Ubu, 2018.


CARLOS, Rocha. Etimologia e significado de tipografia. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, 2013. Disponível em: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/etimologia-e-significado-de-tipografia/32265#:~:text=A%20palavra%20tipografia%20%C3%A9%20palavra,%2C%20escrito%2C%20conven%C3%A7%C3%A3o%2C%20documento%2C. Acesso em: 18 jan. 2021.


DESIGN CULTURE. O que são fontes TrueType, OpenType e PostScript?. Design Culture, 2013.

Acesso em: 23 jan. 2021.


HOFFMAN, Rafael. Tipografia: anatomia do Tipo. 2012

Disponível em:


_____. Tipografia: Conteúdo 4 - Anatomia, classificação e famílias. 2012.


LEONORA. Qual a diferença entre lettering, caligrafia e tipografia?. Leonora, 2020.

Disponível em:


LUPTON, Ellen. Pensar com tipos. São Paulo: Gustavo Gili, 2018.


TIPÓGRAFOS. Tecnologias da tipografia e da impressão. Tipografos.net, 2007. Disponível em: http://www.tipografos.net/tecnologias/. Acesso em: 20 jan. 2021.


YUUKURA, Fernanda. Uma breve introdução à Tipografia. Medium, 2017.


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