Estamos em guerra, pra variar!

Vivemos em guerra, e isso não deveria ser segredo ou surpresa pra ninguém. O sistema que domina nossa sociedade (num contexto nacional, no caso) tenta fazer com que estejamos privados e alheios de coisas simples que são nossas por direito: alimentação, educação, saneamento básico, locomoção, moradia, entre tantos outros direitos!

O Brasil foi constituído e segue imerso em guerras das mais diversas: genocídio, estupro, prostituição, trabalho infantil, escravização, tráfico de drogas, tráfico humano, entre outras tantas que vão além do nosso imaginário e conhecimento. A guerra mais latente que estamos enfrentando, e que nos relaciona diretamente com outras guerras, é a do controle. E não estamos falando de brigas pelo controle remoto da televisão! Hahahahah

Controlam nossas vidas de todas as formas possíveis e impossíveis. De cima a baixo. De frente e de trás. Pela esquerda e pela direita. Pela lateral. Pela curva. Por onde você menos espera.

Vamos recapitular um conceito: tecnologia. De acordo com o dicionário do Google, tecnologia trata da "teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana". Interessante, né?

Tecnologia é tudo que envolve técnicas, processos, métodos e instrumentos, sem necessariamente estar ligado na tomada. Por exemplo, uma bicicleta é um instrumento tecnológico! Mas hoje vamos falar de um item tecnológico que conecta na tomada várias vezes por dia: o celular.

Você tem ideia de quantas horas por dia você passa na frente da tela do seu celular? Dessas horas, quantas são para lazer, estudo ou trabalho?

Se você já assistiu O Dilema das Redes, talvez já saiba do rumo dessa conversa. Se ainda não assistiu, vamos apenas te dizer que é um documentário fundamental para quem quer repensar hábitos, mudar a rotina, se livrar de vícios, e lutar contra o sistema :)

As redes sociais têm seus pontos positivos e benefícios, de fato. Vai dizer que não é daora receber uma chamada de vídeo daquela pessoa que você gosta, mas não pode encontrar pessoalmente? Ou então quando você encontra aquela página incrível com conteúdos interessantes sobre um assunto que você gosta? E aquele perfil todo elaborado que você decidiu seguir só por conta das fotos bonitas? Pois é...

Não podemos negar que 2020 tornou todas essas conexões muito mais intensas, o que escancarou vários problemas que muitas vezes a gente nem dava conta de que era de fato um problema. Agora não tem mais como esconder: o sistema está em guerra pela nossa atenção!

A guerra do momento, talvez do século, é baseada na informação, que tem várias vertentes e facetas (como acesso, consistência, abrangência, linguagem, destinação, intenção, entre outras) as quais não vamos nos aprofundar agora. Nosso foco é propor algumas manobras para você desviar (ou ao menos tentar) dos artifícios dessa guerra:

• Se atente ao tempo que você passa na frente das telas

• Desative as notificações dos aplicativos de redes sociais

• Evite usar o tema "escuro" dos sites (pra não deixar sua visão confortável ao dar aquela conferida no feed enquanto deveria estar dormindo ou fazendo outras coisas)

• Ative o lembrete de tempo

• Estabeleça horas de lazer nas redes sociais

• Desligue a internet do seu celular

• Deixe o celular fora do seu campo de visão

• Responda mensagens de acordo com prioridades

O objetivo do sistema é fazer com que não reconheçamos nossas potencialidades e que não saibamos de tudo o que somos capazes. Não é uma tarefa fácil se manter em equilíbrio quando se é o alvo de ataque, mas quanto mais tivermos consciência das ameaças que nos cercam, conseguiremos nos equipar à altura.

Na elaboração deste texto não utilizamos materiais de fora, mas veja alguns conteúdos interessantes:

Artigo Geração cabeça-baixa: saúde e comportamento dos jovens no uso das tecnologias móveis, de Glaukus Regiani Bueno e Tiago Franklin Rodrigues Lucena

Análise A guerra na era da informação, por Eduardo Reina

Livro Manual do guerrilheiro urbano, de Carlos Marighella